Premiados na 6.ª edição do Concurso de Poesia
Concurso de Poesia 2014/15
As Bibliotecas Escolares do concelho promoveram, conjuntamente com a Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, a 6.ª edição do Concurso de Poesia com o tema “Palavras da nossa terra no mundo”, com o intuito de valorizar a poesia em língua portuguesa, de fomentar e consolidar hábitos de leitura, de escrita e de criação artística.
Os alunos do 3.º ano da Escola EB de Fradelos conquistou o 1.º Prémio e uma Menção Honrosa no escalão do 1.º ciclo do Ensino Básico, com o poema:
Alma Portuguesa
Portugal país de marinheiros
E de destemidos aventureiros
De norte a sul mares navegados
Por algarvios, alfacinhas e tripeiros.
Pelos quatro cantos do mundo
Levamos a língua, o artesanato e as tradições
O ouro, a prata e as especiarias
Trouxeram para cá aos milhões.
Dos Açores das Furnas, os cozidos
Da Madeira o bolo de mel e as flores
Em Aveiro os ovos moles e da Ria os ares
De Fradelos a regueifa e os rojões bem comidos.
Para os gulosos a trouxa de ovos de Alcobaça
Em Santarém a sopa de pedra tem a sua graça
Açorda para o alentejano é lei
Bem como, para Portugal o bolo-rei.
Muito mais temos para dar
Desde o galo de Barcelos a cantar
O calçado para sapatear
E os bordados para encantar.
Do tradicional tapete de Arraiolos e do folclore
À modernização dos trabalhos em cortiça
Muito o português “trabucou”
Para ao mundo mostrar o quanto andou.
(3.º ano da EB de Fradelos)
A turma do 4.º ano da Escola de Fradelos recebeu a menção honrosa, no mesmo escalão, com o poema:
A minha terra
A terra de que vos vou falar
Tem por nome Albergaria
Fica no litoral
E dela faz parte a minha freguesia.
Perto da cidade de Aveiro
Passeios damos junto ao mar
Uma ecopista no percurso do Vouga
Para correr e de bicicleta andar.
Terra de muitos padeiros
Onde se realizou o Festival do Pão
Foi um acontecimento importante
Aconteceu na Quinta do Torreão.
Inserida nesta dinâmica
Deu-se início à Rota dos Moinhos
Surgiu a farinha Alva
Que nos abriu outros caminhos.
Entre o Cineteatro Alba
E a Biblioteca Municipal
Têm desenvolvido muitas atividades
Ao nível artístico e cultural.
(4.º ano da EB de Fradelos)
O professor José Paulo Lourenço, natural do concelho de Mortágua, mas residente no lugar de Casaldima, freguesia da Branca e docente de História na nossa Escola, concorreu pela primeira vez, este ano, no Concurso de Poesia e foi distinguido com um primeiro prémio e uma menção honrosa, com os poemas:
1.º Prémio
LINDA TERRA. BOA GENTE
Palavras da nossa terra no mundo
Falam de amor, não de guerra
E do humanismo profundo
Que Albergaria, em si, já encerra.
Bendita sejais, D. Teresa
Saibamos honrar tua memória
Que não sendo portuguesa
Fez portuguesa a nossa história.
Senhor de Osseloa, criai
No lugar ao cimo da estrada
Casa para quem vem e vai
Doentes e gente boa sem nada.
Ai que os Franceses já aí vêm
Para pôr os pés na estrada…
Mas nem tudo lhes corre bem
Pois há contenda pegada.
Não assentaram arraiais
Estes maltratados Franceses,
Fugindo por entre os pinhais
Dos intrépidos Portugueses.
E lá longe, Napoleão
Não festejou de alegria
Porque nem a terceira invasão
Vergou esta nobre Nação
Ou as gentes d’Albergaria.
Nem mesmo cabeças cortadas
Fizeram perder a voz ao povo
Ou a força das palavras semeadas
Na esperança de um Portugal novo.
Albergaria tem passado e presente
E belas páginas de história.
Terá futuro, certamente,
Porque os feitos da sua gente
Dar-lhe-ão mais fama e glória.
Paulo Mortágua
Menção honrosa
PALAVRAS DA NOSSA TERRA NO MUNDO
Há palavras capazes de transformar o mundo
Num imenso mar de palavras,
Que ora se espraiam em mansos areais
De tons quentes e maternais
Ora se lançam sobre a pacatez das arribas
Cinzentas de tão violentas arremetidas…
Há palavras que são um mundo
De significados e afetos
E é no desconstruir dos conceitos
Que nos sentimos satisfeitos
Ou ainda mais inquietos…
As palavras da nossa terra no mundo
Falam de todos e de tudo,
Num significado tão profundo
Que dá ideia que o mundo
Sem elas seria mudo.
As palavras sabem tão bem
São tão boa companhia,
Que é feliz o que tem
No coração e nos lábios Albergaria.
Paulo Mortágua